Oficina de cadáveres
Por: Guilherme de Andrade
Gritam as paredes
Enquanto desabam
Feito papéis rasgados
Sob as ruinas
Uma cidade
Esquecida, apagada
Pessoas correm
Sem destino e
Sempre acabam
Colidindo fatalmente
Contra as explosões
Contra os estilhaços
Contra a vida.
No meio da rua
Correm as crianças
Estilhaçadas, suspensas
E sem abrigos
Morrem vagarosamente
Todos que estão
Dentro da terra prometida
Na nação divina.
O povo busca um refúgio
Em todos o lugares
São nevados, extraviados
No mar do mediterrâneo
Famílias são engolidas
Pelas ondas de gases
De bombas, de carbono
Todos são consumidos
Pela morte
O que acontece em Gaza?
A pilha de cadáveres
Não para de crescer
Os pincéis sionistas
Pintam as ruas de sangue
Constróem uma obra
Hedionda
Sem remorso
Sem culpa.
Em Gaza não faz sol
A chegada da manhã
É anunciada com barulhos
De tenebrosas explosões
E a contagem de mortos
Inicia juntamente com
A tempestade de tiros
Saídos repetidamente
Dos fuzis sagrados
Os ataques não param
Em nenhum instante
Nunca!
O cheiro de sangue
Entope o ar
Asfixiando a esperança
Sufocando a paz
Que está provisoriamente
Suspendida em Gaza.
Está aberta a oficina
De sangue
De cadáveres e
De morte.
O que se passa em Gaza?
O mundo virou as costas
Os olhos estão fechados
Gaza está invisível.
Palestinos estão esquecidos
Somente não, pelo
Vulto frio do massacre.
Suplico:
Onde anda Deus?
Foi almoçar
Em um banquete
E esqueceu de voltar?
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