nasci ruínas. outsider da galáxia de parnaso. sempre estive pisando no chão da classe operária. em alguns momentos vagabundo do dharma a lá jack kerouac, em outros bukowski bêbado perdido na noite solitária dos viciados. vivi em mim todos os diegos possíveis, todos os cantos de morte, todos os gritos de prazer, todas as fomes do amor — de maldito imoral decadente ao trabalhador questionador desse capitalismo vil e inescrupuloso, até o artista incompreendido que causa burburinhos e lendas que muitas vezes nem compactuam com a realidade. ácido. língua-veneno. língua-fogo. língua-porrada. flâmulas flamejantes de intensidade selvagem. sensibilidade emancipadora. guilhotina. o ponto e a vírgula onde não se encaixam. sintaxe troncha. dor no estômago. gastrite. Fumo e cerveja. a noite fria transitando no calor dos corpos. cada dia mais isolado. pau na buceta. cheiro. gozo. palavras. voltar sozinho pra casa. ligar o chuveiro e não dizer mais nada.
E o acervo da leitora Priscila Oliveira com as dinamites culturais da Editora Merda na Mão só aumenta
Zine Brenfa nr. 3 (Diego El Khouri e Ivan Silva) e zine Blasfemo nr. 2 (Diego El Khouri)
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Zine Blasfemo 2 (Diego El Khouri) e zine Reboco Caído nr. 57 (Fabio da Silva Barbosa)
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Zines Reboco Caído nrs. 59 e 67 (Fabio da Silva Barbosa) , zine Fala "Aê", Porra!!!. Nr. 2 (Diego El Khouri e zine Varejeira no Céu da Boca nr. 2 (Alexandre Chakal), este publicado pela Metal Reunion Zine e apoio contracultural da Editora Merda na Mão
A extensão em conflito constante consigo mesmo, baseado em estereótipos criados em estruturas padrões, entrando em concepções de ideias intuitivas construídas com base de costumes culturais do relacionamento social, advindo de ideologias milenares que estacionaram durante a vitalícia peça teatral e eterna viagem global.
O "manual da vida" induzido para hipnotizar a sociedade, serve somente para controlar os robôs de carne e osso a sobreviverem nesta obra de tortura física e mental construindo privilégios dos HOMOMONEYS que controlam a humanidade.
Homens que se preocupam com as evoluções tecnológicas, estruturas materiais para aprisionar a fantástica capacidade humana de enxergar outra maneira de existir e viver como pensa.
Ronaldo Caldas
Em breve Ronaldo Caldas estará lançando
um livro porrada pela Editora Merada na Mão.
Até porque a EMNM é assim:
Se não for intragável e amaldiçoado, não rola.
Só registros do inferno real.
Assim que vencermos todas as dificuldades
já tradicionais para cada publicação,
vocês poderão abraçar CÁRCERE VITAL,
o novo tumor na cara do sistema.
VÃO SE FODER SEUS PEDAÇOS DE MERDA ACOMODADOS!!!!!
Sexta feira a noite... Em Aparecida de Goiânia (GO) um calor insuportável pousa nas construções arquitetônicas e queima a epiderme seus raios brutais de setembro. Sexta feira escaldante... me chega no celular uma mensagem do amigo aliado Edu Planchêz Maçã Silattian: Diego , Nélio morreu...
Pra mim foi um soco no estômago ler essa mensagem...
Engraçado que eu tinha passado o dia lembrando com saudade de uma certa noite na Cidade De Deus no Rio de Janeiro, época que morei nessa cidade babilônica ... Nélio , que era um grande ator, me levou para conhecer uma rapaziada nova de uma banda underground. Eles estavam afim de ajuda para desenvolverem um projeto cultural. Foi um momento muito agradável. Muito mais conscientes, sagazes e talentosos que esses playboy que andam por aí... Entre conversas e baforadas me impressionei com a reflexão apurada desses jovens. Uma visão de mundo profunda e um desejo libertário de transformação imenso. Lembrei também a gente saindo desse local as 4 da manhã e caminhando a pé até Curicica, local que morávamos e do diálogo no trajeto.
Era realmente uma época muito louca. Me mudei para o Rio de Janeiro a primeira vez em 2012. Estava com intenção de nunca mais voltar pra Goiânia , um lugar que sempre achei um tanto inóspito para pessoas como eu. A viagem foi bem maluca a lá geração beat. Quase morri no caminho. Os detalhes daria um puta livro. Estava totalmente perdido ... e morar num prédio que tinha o Nélio (um grande ator e Clown), Edu Planchêz (puta músico e poeta, um dos maiores que já vi), a querida atriz Gisela Macedo (hoje ela reside na França) e Cars (baiano que fazia cinema na UFRJ) foram cruciais para recuperar minha saúde física e psíquica.
Era realmente uma vivência louca. Arte o tempo todo, drogas, conflitos, ajuda mútua, imersões... numa noite a gente se apresentando no palco ao lado de Jorge Benjor e no outro mangueando pra conseguir alimentar.
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Hoje é domingo. Noite escaldante de setembro. Comecei esse texto na sexta e pensei esse tempo todo como prosseguir esse relato . A vivência dessa galera, tudo que aconteceu , desde as loucuras da estrada e todo o resto e pensei que seria limitador demais resumir tudo que aconteceu nesses meses de loucura criativa em poucas linhas. E realmente as vivências desse período daria um puta livro! E mencionar por cima, como estou fazendo, não dá a dimensão de tudo que aconteceu. Uma existência louca e poética como poucos. Mas ainda penso em escrever um livro contando os detalhes dessa viagem toda. Talvez uma história em quadrinhos. Já tenho o título em mente, mas por hora estou envolvido em outros projetos de arte sequencial, mas ainda vou desenvolver essa história. Deixo , portanto, uma pitada do talento desse querido amigo que fez de sua vida arte e poesia apesar da marginalidade absoluta que ele viveu... e trago comigo as memórias desse período e que sinto necessidade de um dia registrar com mais detalhes para o público. Somos outsiders da galáxia de parnaso e foda -se essa panelinhas caquéticas que cagam regras!
Hoje trazemos uma postagem divulgando o trabalho de poetas palestinos que levantam sua voz contra o massacre de seu povo. Afinal, a Editora Merda na Mão também tem como missão divulgar a arte de resistência que não se acomoda na ideia de que as coisas são assim e sempre serão. As coisas já foram de várias maneiras e ainda podem vir a ser muito diferentes.
A SARTRE
Se degolam uma criança
e seus verdugos atiram seu cadáver
no lodo
ficarás com raiva?
que dirás tu?
Sou palestino
me degolam todo ano
tododiat
toda hora
vem
observa bem a barbárie
em toda sua minuciosidade
são muitos espetáculos
e o menor
é que meu sangue corre... corre
fala
porque te tornaste insensível?
não tens nada que dizer?
Por Salim Jabran
‘Sento-me para escrever...
Mas, o que é que posso escrever?
De que vale dizer
‘pátria minha’... ‘minha gente’... ‘meu povo’?
Será que posso proteger a minha gente com palavras?
Será que com palavras salvarei meu povo?
Por acaso não é absolutamente ridículo, sentar-me,
hoje, para escrever?
Por FadwaTuqan
UMA POESIA PALESTINA DE COMBATE
Aqui sobre vossos peitos,
persistiremos .
Como uma muralha
em vossas goelas.
Imperturbáveis.
E em vossos olhos
como tempestades de fogo .
Aqui, sobre vossos peitos,
persistiremos.
Como uma muralha.
Famintos .Nús. Provocadores.
Declamando poemas.
Somos os guardiões
da sombra,
das laranjeiras e das oliveiras.
Semeamos idéias
como fermentos na massa.
Nossos nervos são de gelo,
mas nossos corações
vomitam fogo.
Por Tawfik Az - Zayad
Meu verbo é lutar
Correr Dançar Chorar Abraçar Amar Sofrer Ajudar Gritar Na vida Cabem muitos e muitos verbos.
Eu Sou Simplesmente palestino – Meu verbo é lutar!
Quero agradecer todo mundo que apoiou e mostrou interesse em meu novo livro "Estamos mais do que vivos". Segunda tiragem esgotada. No momento, não tenho previsão de quando farei a terceira tiragem! Muito obrigado, galera! Estamos mais do que vivos e seguindo o fluxo!
Agradecer mais uma vez @neliosilzantov pelo apoio e prefácio do livro. Agradeço também @thiagosuiten pela diagramação e capa! E também agradeço a @editoradandoaletra e @editoramerdanamao pelo apoio no lançamento e divulgação!
O ALELUIA NUNCA MAIS, também conhecido como "A trilha sonora do fim do mundo", programa de Rádio da Editora Merda na Mão que vai ao ar toda terça, na Rádio Rota 220, está apresentando suas últimas reprises para quem perdeu o fio da meada ou para quem gostaria de ouvir os últimos programas antes que este tentáculo da monstruosa EMNM dê seus últimos espasmos.
Com quase dois anos levando do Noise ao RAP, do Grind ao Funk, do Samba ao Metal Extremo, do eletrônico ao orgânico... até as caóticas noites de terça, regando tudo com muito experimentalismo e destruindo todas as fronteiras e caixinhas da mediocridade, o programa conseguiu cumprir sua missão de forma corajosa e combativa.
Além da combinação insana de sons, o programa contou com especiais e convidados que tinham o que dizer, participando e mandando o recado. Entre estes, podemos citar Fumaça - da Disunidos, Spaghetti - Homeless, Winter Bastos - zine O Berro... e muitos outros.
Pela apresentação do programa passaram Fabio da Silva Barbosa, Diego El Khouri, Rafael Vaz, Megera Drag e por último Panda Reis. Uma gangue de peso que soube incorporar o espírito zombeteiro e revolucionário que temperou o programa desde o primeiro.
A edição, mixagem e toda a parte técnica ficou a cargo do grande Marcos Favela e seu Home Estúdio Popular desde o primeiro insulto lançado no ar corajosamente pela Rádio Rota.
No momento o Marcos precisou dar atenção a outras importantes questões da sua vida e ficamos sem a parte técnica que é o coração de toda a operação e que o Marcos vinha fazendo com maestria por todo esse tempo.
Então, nas próximas terças, 21:30, na Rádio Rota 220
Se você tiver este conhecimento técnico e quiser colar junto no corre, é só chegar.
Mas é sempre bom lembrar que não rola grana. É trabalhar por uma ideia, não por dinheiro. Caso queira trabalho, com prazo de entrega e sem receber salário, aqui é o lugar certo. EDITORA MERDA NA MÃO - ONDE COMPARTILHAMOS TODA A MISÉRIA - editoramerdanamao@yahoo.com
Então, enquanto o fim da trilha sonora do fim do mundo não chega,
vamos curtindo estes próximos episódios que estão por vir na