Hoje trazemos uma postagem divulgando o trabalho de poetas palestinos que levantam sua voz contra o massacre de seu povo. Afinal, a Editora Merda na Mão também tem como missão divulgar a arte de resistência que não se acomoda na ideia de que as coisas são assim e sempre serão. As coisas já foram de várias maneiras e ainda podem vir a ser muito diferentes.
A SARTRE
Se degolam uma criança
e seus verdugos atiram seu cadáver
no lodo
ficarás com raiva?
que dirás tu?
Sou palestino
me degolam todo ano
todo diat
toda hora
vem
observa bem a barbárie
em toda sua minuciosidade
são muitos espetáculos
e o menor
é que meu sangue corre... corre
fala
por que te tornaste insensível?
não tens nada que dizer?
Por Salim Jabran
‘Sento-me para escrever...
Mas, o que é que posso escrever?
De que vale dizer
‘pátria minha’... ‘minha gente’... ‘meu povo’?
Será que posso proteger a minha gente com palavras?
Será que com palavras salvarei meu povo?
Por acaso não é absolutamente ridículo, sentar-me,
hoje, para escrever?
Por Fadwa Tuqan
UMA POESIA PALESTINA DE COMBATE
Aqui sobre vossos peitos,
persistiremos .
Como uma muralha
em vossas goelas.
Imperturbáveis.
E em vossos olhos
como tempestades de fogo .
Aqui, sobre vossos peitos,
persistiremos.
Como uma muralha.
Famintos .Nús. Provocadores.
Declamando poemas.
Somos os guardiões
da sombra,
das laranjeiras e das oliveiras.
Semeamos idéias
como fermentos na massa.
Nossos nervos são de gelo,
mas nossos corações
vomitam fogo.
Por Tawfik Az - Zayad
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