quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Poesia Palestina de Combate

 Hoje trazemos uma postagem divulgando o trabalho de poetas palestinos que levantam sua voz contra o massacre de seu povo. Afinal, a Editora Merda na Mão também tem como missão divulgar a arte de resistência que não se acomoda na ideia de que as coisas são assim e sempre serão. As coisas já foram de várias maneiras e ainda podem vir a ser muito diferentes.


A SARTRE

 

Se degolam uma criança

e seus verdugos atiram seu cadáver

no lodo

ficarás com raiva?

que dirás tu?

 

Sou palestino

me degolam todo ano

todo diat

toda hora

vem

observa bem a barbárie

em toda sua minuciosidade

são muitos espetáculos

e o menor

é que meu sangue corre... corre

 

fala

por que te tornaste insensível?

não tens nada que dizer?

Por Salim Jabran




Sento-me para escrever...

Mas, o que é que posso escrever?

De que vale dizer

pátria minha’... ‘minha gente’... ‘meu povo’?

Será que posso proteger a minha gente com palavras?

Será que com palavras salvarei meu povo?

Por acaso não é absolutamente ridículo, sentar-me,

hoje, para escrever?

 Por Fadwa Tuqan



UMA POESIA PALESTINA DE COMBATE

Aqui sobre vossos peitos,

persistiremos .

Como uma muralha

em vossas goelas.

Imperturbáveis.

E em vossos olhos

como tempestades de fogo .

Aqui, sobre vossos peitos,

persistiremos.

Como uma muralha.

Famintos .Nús. Provocadores.

Declamando poemas.

Somos os guardiões

da sombra,

das laranjeiras e das oliveiras.

Semeamos idéias

como fermentos na massa.

Nossos nervos são de gelo,

mas nossos corações

vomitam fogo.


Por Tawfik Az - Zayad




Meu verbo é lutar


Correr
Dançar
Chorar
Abraçar
Amar
Sofrer
Ajudar
Gritar
Na vida
Cabem muitos e muitos verbos.

Eu
Sou
Simplesmente
palestino –
Meu verbo é lutar!

Por Yasser Jamil Fayad



Sem comentários:

Enviar um comentário