"Fábrica de Cadáveres - Do forno ao moedor"
Fabio da Silva Barbosa
Editora Merda na Mão
Agosto / 2021
Sempre fico ansioso quando Fabio da Silva Barbosa anuncia um novo livro.
Com Fábrica de Cadáveres - Do forno ao moedor, acabou sendo diferente, pois ele anunciou o livro quando estava praticamente lançado.
De cara, a capa, de autoria de Rafael Vaz, complementa de forma perfeita o título do livro.
Título que, por acaso, é bem atual se observarmos este "Momento Brasil".
O poeta podre, editor do zine Reboco Caído, trouxe outra novidade nesta obra recém saída do forno da Editora Merda na Mão: O formato especial do livro, de 11x18cm, considerado de bolso, mas um pouco maior. Mas o formato reduzido, comparado a outros livros do autor, em nada prejudica a leitura.
Para comentar a obra, eu poderia descrever vários pontos deste material com pouco mais de 60 páginas, mas vale deixar isso por conta do leitor. Resumo que você encontrará poesias marginais sem doses de esperança, críticas sociais apresentadas pela perspectiva dos personagens sem nome ou com apelidos e pseudônimos populares, por vezes toscos.
Os textos curtos e poemas tortos são colocados em primeira e terceira pessoa, deixando claro ao leitor que Fabio não escreve coisas fictícias para engrossar o conteúdo dos temas explanados. São como relatos, lamentos ou visões de mundo que poucos desejam ver, sentir ou ter para si.
No tempo em que as palavras empatia e acolhimento estão em alta nas redes sociais e grandes mídias, o autor nos apresenta de forma crua, inteligente e sem filtro que, muitas vezes, essas palavras são apenas palavras, que existe muito a ser feito, ou pelo menos observado, que estamos vivendo tempos absurdos, onde o fascismo que sempre existiu por aqui está escancarado e dando destaque a todas as feridas abertas que escorrem pus e exalam cheiro de podre nessa fábrica de cadáveres que se tornou o Brasil e que alguns ainda insistem em afirmar que é acima de tudo e está sendo abençoado por um Deus acima de todos.
Resenha por Alexandre Chakal, no oitavo mês do vigésimo primeiro ano após o sucesso e fracasso do bug do milênio.
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