sábado, 7 de maio de 2022

Deshumanismo em Dissonetto do Glauco Mattoso por: Andityas Matos


 Hoje me chegou às mãos este grande presente do Glauco Mattoso, DESHUMANISMO EM DISSONETTO, da Editora Merda na Mão. Glauco é uma das grandes inteligências do país, incômoda exceção no cenário da modorrenta e pulcra poesia brasileira contemporânea, que em um cenário de horror como o que vivemos insiste em celebrar o eu egoico. Ao contrário, para Glauco o horror é o ambiente normal e seus pesados sonetos não deixam espaço para a babaquice dos literatos de rede social. Além de ser aquele que mais escreveu sonetos na história da humanidade, não só no Brasil, mas em todo o mundo, Glauco criou uma nova forma, o dissonetto, e insiste em escrever todos seus textos, do e-mail ao livro, em português etimológico. O signo da rebeldia e da revolta, contudo, não está apenas na forma, mas no conteúdo dos textos do poeta da crueldade: morte, crime, tortura, taras e as injustiças mais nefandas são o material do poeta, que em uma época de terror universal, nos ensina que o riso liberta.


O livro é uma antologia dos seus "melhores" (ou piores) dissonettos e conta com capa à altura, de Diego El Khouri Recomendo fortemente a leitura para quem tiver estômago forte!


* Professor de filosofia na UFMG. Doutor em direito em filosofia. Poeta e tradutor antifascista.





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