A lágrima que escorre pelo rosto marcado
banhando cada suco
Amargurado
pelas tormentas que infligem as mais severas punições
por insistir em respirar
refletir pensar
questionar
e estar vivo em sua plenitude
Culpado por não aceitar
por não querer fazer parte
de uma tragédia
escrita com garranchos e sangue coalhado
Castigado por existir
persistir
insistir
em ser quem é
sem se submeter
ou virar apenas mais uma cópia
dessas que andam por aí
ou boneco
guiado pelas cordas
suspensas por mãos sinistras
já em estado de putrefação
ou objeto decorativo
estático e sem alma
esperando pelos insetos
para preencher um interior
recheado de inutilidades
Por Fabio da Silva Barbosa
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