Buscando algum sentido para a falta de
percorrendo os caminhos tortuosos das vielas sem fim
me deparo com o corpo em convulsão
e descubro se tratar da mais nova forma de expressão
que busca retratar esse mundo que nos massacra sem piedade
sufocando e esquartejando
enquanto a morte não chega como o ponto final
a terminar com toda a agonia do pranto compulsivo
com seus espasmos aterradores
As andorinhas caem duras
ao posar nos fios desencapados
que levam a energia que suga
nossa capacidade de se libertar
dos grilhões que mantém nossos corpos e mentes aprisionados
nestas mentiras insuportavelmente maquiadas
como bonecas de um filme macabro
ou desenhos que ilustram um conto bizarro
daquele escritor mórbido
Batendo com a cabeça na parede
enquanto o outro se abraça no poste
todo empapado de fluídos corporais
parecendo trajar a mais bela roupa de gala
não podendo segurar mais a velha bengala que mantinha seu corpo decrépito em pé
só resta bater os calcanhares tipo as asas da criatura ofegante
até quem sabe conseguir murmurar aquela frase da já desgastada Dorothy
que com sua gengiva nua
destilava os odores da peste fatal
Por Fabio da Silva Barbosa
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