segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Guilherme Andrade de volta na praça

 

Poema caseiro


dois cômodos

tudo amontoado 

os móveis 

os objetos 

a comida 

as pessoas

os pensamentos

o mofo

a umidade 

cubículo de calamidade 

espaço sufocante

realidade dissonante

da cal e do cimento 

a angústia rústica

petrifica o peito

não dá pra fugir

senão com os livros que 

estão numa velha estante

acaba a leitura 

a imaginação cai em si

o estômago embrulha 

de remendo e costura

precisa a casa 

e a vida bruta.

Por Guilherme de Andrade 


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