Poema caseiro
dois cômodos
tudo amontoado
os móveis
os objetos
a comida
as pessoas
os pensamentos
o mofo
a umidade
cubículo de calamidade
espaço sufocante
realidade dissonante
da cal e do cimento
a angústia rústica
petrifica o peito
não dá pra fugir
senão com os livros que
estão numa velha estante
acaba a leitura
a imaginação cai em si
o estômago embrulha
de remendo e costura
precisa a casa
e a vida bruta.
Por Guilherme de Andrade
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