Para quem acompanha o trabalho, sabe que o Ânsia Compulsiva Esteticamente Inviável retrata o caminhar do velho poeta pelo labirinto urbano, declamando suas amarguras, revoltas e frustrações enquanto o fim não para de se aproximar. Por vezes, ao passar por ali ou por aqui, o velho encontra figuras pitorescas, com quem troca uma ideia e registra a existência do momento e das pessoas contidas nele.
João, filósofo e pensador do mundo traçando a linha entre o real e o virtual.
"Quantas e quantas vezes sentei com João e trocamos ideias que ele enriquecia com sua visão de mundo e opiniões que tira da observação cotidiana de toda essa decadência que nos cerca. Desta vez pedi permissão para gravar um pouco do que estávamos conversando no momento para compartilhar aqui com a rapaziada que acompanha o Ânsia Compulsiva. Uma pena que a gravação cortou em alguns momentos cruciais, tipo quando ele pede para filmar apenas seus olhos, enquanto chega ao ápice de suas explanações. Mas o que foi possível captar mostra bastante de seu pensamento e de nossa dinâmica enquanto trazemos assuntos sérios, sem deixar o humor de lado. Humor que muitas vezes não é percebido pelos desavisados, os não iniciados, os que não estão acostumados com nosso proceder. Um tipo de humor que só a gente consegue pescar no ar, mesmo quando estamos falando de assuntos sérios e importantes. Afinal, pessoas sem as amarras que aprisionam a maioria por aí, não tem que se comprometer com ares gordurosos e carrancudos. Mesmo cortando a parte em que ele cita Zoinho e as valiosas lições que este lhe passou para sobreviver naquela esquina, foi feita a justa homenagem a este, que também foi meu amigo enquanto caminhou ao meu lado pela terra e continua sendo hoje, no mundo das lembranças. O sentimento não muda só porque a pessoa não se encontra mais fisicamente neste mundo. A amizade com Zoinho é mais um ponto que eu e João temos em comum."
FSB
Filmado no Moa, bar integrante do Filósofo da Maconha e Frida Carla - A advogada mais ousada do Brasil, publicações de EDITORA MERDA NA MÃO.
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