terça-feira, 5 de novembro de 2024

Algumas palavras sobre Diego El Khouri

 Um dos idealizadores, realizadores e irresponsáveis pela Editora Merda na Mão


on the road futuro

 por  Edu Planchêz Maçã Silattian


dia de feira na praça seca, 

domingo de sol e chuva, 

eu indo para o japão que fica em madureira

pendido nas rabiolas das pipas,

nos rabos dos sardinhas de escamas verdes,

nos varais de coloridos panos,

nas cabeças das frutas e dos legumes,

no coreto dos muitos carnavais


não digo era, digo é,

o que é vivo na mente nunca passa,

nunca deixa de flutuar por entre as gerações,

por entre os coqueiros da minha verdade


a poesia é o maior dos amores,

a mulher, a mãe, o pai e o filho,

diego el khouri assinaria esses versos


aquele que assume a civilização

tal qual o faz bob dylan

para o sempre aflora setembros,

janeiros e dezembros

nos olhos dos que miram borboletas estrelas


passo a ponta do lápis de cor vermelha 

nas linhas que vou rabiscando

com o corpo beat,

on the road futuro



O vermelho sangue das pinturas de Diego El Khouri
por Joka Faria

Da leitura do poema de Edu Planchêz para Diego El Khouri

As palavras têm asas. Despenca Ícaro do céu das palavras.
Através do mergulho no caos, as cores de Diego El Khouri: o vermelho… vermelho…
Nero incendiou… palavras… Por onde andas, deuses?
Já estamos à borda do abismo. Vermelho, vermelho, vermelho…
As asas de Diego mergulham no abismo, vermelho, vermelho, vermelho.
O sangue rasgado nas veias da América Latina. Afinal, quem somos além desta ilusão?
Quem somos? Quando perdemos nossas asas?
Vermelho… do sangue que jorra…
Nossos corações refletem nossa real existência.
Quando se rasgará o véu que não nos deixa ver as bordas da galáxia?
Vermelho: o sangue nas telas de Diego El Khouri.
O sangue nas palavras vermelhas de Edu Planchêz rasga as ilusões.

João Carlos Faria
Oito de outubro de 2024, São José dos Campos, SP, Brasil.

















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