domingo, 3 de novembro de 2024

FSB participa de mais uma coletânea do Projeto Apparere

 Fabio da Silva Barbosa, que junto com Diego El Khouri, criou, fundou e divide a irresponsabilidade com o Outsider da Galáxia de Parnaso... Enfim... Me perdi no que estava dizendo... Digo... Escrevendo... Mas era sobre esse cara ser um dos irresponsáveis pela EMNM (Também conhecida como Editora Merda na Mão) e estar participando de mais uma coletânea do  Projeto Apparere.

"Acho interessante participar das coletâneas do  Projeto Apparere, por serem ideias que não cobram do autor pelo espaço na coletânea. A concepção é outra, entende?"

"As coletâneas são divididas por temas. Esse talvez tenha sido o mais difícil, por ter de escolher apenas uma referência literária para falar sobre. Tive de estabelecer alguns critérios e acabei, por uma série de motivos, escolhendo o Louzeiro. Depois foi só passar para o papel o que foi e o que é, porque ele é dos que continua sendo. Mas a parte de escolher um foi cruel."

FSB

 

Designer da capa: Claudia Felix

De uma hora para outra

Fabio da Silva Barbosa

Em São Luís, no Maranhão, dia 19 de setembro de 1932, nascia José de Jesus Louzeiro que morreria 85 anos depois, como José Louzeiro, no Rio de Janeiro. No meio disso,  foi um escritor, além de outras coisas. Escreveu obras belas e profundas. Chagas expostas e infeccionadas, cobertas por moscas cabeludas. Roteiros viscerais que registravam uma época bizarra que poderia ser hoje. Do amanhã não sabemos. Transformou em letras personagens como Pixote, Lúcio Flávio, Marlene, Toninho, Enfezado, Colher de Pau, Roxão, Caramelo... e tantos outros que povoam o universo do jornalista autor. Nada menor que um livro de, pelo menos, 500 páginas, se formos bem sucintos, conseguiria resumir toda a história desta ilustre figura que foi muito receptiva quando lhe procurei solicitando uma entrevista para o meu zine, o Reboco Caído. A entrevista ficou boa e pensei em usar alguns trechos aqui, mas não consegui encontrar. O repórter policial que estreou, na literatura, com o conto Depois da Luta, em 1958. Atendendo à pedidos, foi censurado durante a ditadura militar. Traz personagens e situações que lembram as mortes de... E também tem aquele outro... Em sua maioria, contos biográficos, narrados como romance-reportagem, chegando perto de quarenta publicações. Sua telenovela, O Marajá, uma comédia baseada no governo de Fernando Collor de Melo, foi proibida de ir ao ar, "numa época em que não havia mais censura no Brasil". Depois deste episódio, o autor conta que começou a enfrentar dificuldades para realizar novos projetos na televisão. Um fato, no mínimo, curioso. Mais um apontamento que acaba por confirmar, outra vez, que a podridão não vem de hoje. Nos brindou com uma vida combativa e produções primorosas. Deixou sua herança eternizada, com uma riqueza de conteúdo que só ele tinha. Na verdade, têm alguns poucos que também têm, mas cada um do seu jeito. Foi só modo de dizer. Em 29 de dezembro de 2017, seu corpo não circularia mais por redações ou quebradas, mas a mensagem persiste em sua obra.

“Eu sou filho de um operário, pedreiro, que se tornaria pastor presbiteriano. Meu pai tinha um nome originalíssimo: Aproniano. Nunca vi ninguém com um nome igual. Aproniano. Era pescador, igual ao pai dele, meu avô Severo. Severo Louzeiro. Era Loureiro, mas depois eu vou explicar porque virou Louzeiro.”

*José Louzeiro em entrevista ao Estranho Encontro (estranhoencontro.blogspot.com).


Sobre a Coletânea:

"Esta é nossa octogésima primeira Coletânea e estamos felizes com o seu resultado, pois temos 80 textos selecionados pela Banca Julgadora, de 147 textos inscritos. Esta excelente Coletânea foi possível devido a qualidade das Obras recebidas.

O tema desta Coletânea foi sugerido por May Poetisa, Luciano Izidoro de Borba e Paulo Roberto Silva. Como nas coletâneas anteriores a Capa desta obra, desenhada por Claudia Felix foi escolhida pelos Autores que se inscreveram na coletânea, dentre 6 (seis) inscritas para participar da seleção. Continuamos com nossa política de termos em nossas Obras a participação democrática não só de Escritores, mas também de Designers e Leitores."


Mais sobre o projeto:

"O Projeto busca incentivar novos Autores e Autores em geral, a tirar seus Textos/Obras (Poesia, Trova, Haikai, Conto, Crônica, etc.) da gaveta e publicá-los em uma Coletânea, dando visibilidade a eles e compartilhando-os com o Mundo. Consiste na Publicação Gratuita de textos por nós selecionados, em Coletâneas de diferentes gêneros.

Como dissemos, a participação nas Coletâneas será Gratuita não havendo nenhum custo aos Autores participantes.

Apparere em latin significa aparecer; sair à luz; vir a lume; publicar-se ... e o objetivo do projeto é justamente este, o de revelar novos talentos da literatura." 

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