Por Alexandre Chakal
O mal é sempre o mal.
Seja trajando roupas caras,
seja possuindo curvas corporais raras,
possui sorrisos agradáveis
e palavras estáveis.
Seduz o bem com brilho reluzente.
O mal se camufla bem.
Possui tesão incontrolável,
desejos forjados, é maquiavélico e transborda calma.
Tem falos eretos eternos,
vulvas quentes e molhadas, acolhedoras e amadas.
Ele, o mal, não é imoral.
É apenas o que deve ser.
É odiado, mas também desejado.
Traz sofrimento, mas também vingança.
Cria ilusões, mas alimenta sonhos.
O mal é apenas ele, o mal.
Ele está presente nas suas observações rasas, nas suas verdades absolutas, na sua ganância elevada, no poder desejado por ti.
Negocia todas as trocas injustas.
Advoga em causa própria e sai ileso.
Está acessível a todos,
ansiando ser escolhido por ti.
O mal é a escolha mais fácil.
O mal é o atalho acessível.
Talvez o sucesso do rancor,
talvez a ruína do amor,
talvez, quem sabe, o sentido desse ardor inexplicável.
Talvez o ódio que cria,
talvez a certeza de ser apenas o mal.
Da chama existencial que tens,
qual é a labareda que te guia no dia a dia?
Qual foi a faísca que te guiou até aqui?
Escolhes o mal ou é ele que te escolhe?
Mas fica a pergunta: por que o mal é mal?
Talvez porque o bem tenha sido corrompido.
Talvez a hipocrisia seja o bem aceito pelos seus.
Talvez. Apenas talvez.
O mal seja parte do equilíbrio necessário.
Esse mesmo!
Luz e trevas,
veneno e antídoto,
Deus e Diabo,
esquerda e direita,
dor e prazer,
bom e ruim,
certo e errado,
noite e dia,
certeza e acaso...
Quem sabe o bem seja apenas o mal sedutor?
Quem sabe o mal seja a moeda mais valiosa em vigor?
E ainda pensamos que é questão de escolha.
* "O mal" é um aforismo poético que faz parte do conteúdo que estará presente em um futuro livro do autor, ainda sem data de lançamento, o material será uma compilação de textos livres.
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