É quando não vens que de ti sinto saudade, como jardins desfolhados sem flores coloridas. Lembro-me; e à lembrança cores surtidas… quando juntos nos beijámos em cumplicidade!
Mas se os beijos andam arredios e foge a idade, como a falta de nós, se as graças são sentidas? Mas se a audácia – e eram terras prometidas - se converteu em indelicada e notória inverdade,
como o amor ainda aqui, se vivemos em pecado? Em loas as guitarras choram o entristecido fado… E são só chuvas tardias, em terras de ninguém!
Em posição de rejeição mostraste-te alguém incapaz - coração ímpio de ódio trespassado - de ser amada, quem sempre viveu a teu lado.
Jorge Humberto 17/11/24
* Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia.
As Associações de Professores e de Funcionários da PUC-SP (APROPUC-SP e AFAPUC) vêm a público demonstrar sua indignação pelas falas racistas e aporofóbicas proferidas por um pequeno grupo estudantes do curso de Direito da PUC-SP contra estudantes da USP, durante os Jogos Jurídicos em Americana, no último sábado (16/11).
Tais atitudes são incompatíveis com a formação crítica, inclusiva e humanística, adotada desde as origens de nossa instituição até hoje.
As Associações APROPUC-SP e AFAPUC defendem uma universidade plural, sem preconceitos, onde o respeito pela diversidade seja norteador na formação dos estudantes.
É imprescindível que esses estudantes sejam exemplarmente responsabilizados e punidos pelos atos inadmissíveis que cometeram. Esperamos da PUC-SP uma resposta rápida e contundente.
Inicialmente Fusão Periférica
seria um artefato onde algumas pessoas se juntariam para fazer um som
experimental, fundindo peso e distorção ao RAP. Esta
iniciativa surgiu durante o fazer do segundo volume do projeto Ato de
Subversão, que acabou também ficando pelo caminho. Pesquisando sons arquivados
para um novo Noise Experimental Performático Poético, do War Brain, lembrei que
havíamos gravado o início de alguma coisa, antes do Fusão Periférica se
dissolver. Panda tinha guardado o material e a partir dele começamos a
trabalhar o novo e ruidoso insulto do War Brain. Inserimos um barulho aqui, um
teclado ali, um vocal que algum parceiro mandou para contribuir com o War
Brain... e a coisa foi tomando forma. O título do som foi para manter acesa a
chama da iniciativa para onde Fabio, Panda, Bruno e Daiana haviam feito a base
e a concepção... Esses lapsos mentais estão cada vez mais frequentes. Esqueci
sobre o que estávamos falando. Lembro que o texto já estava pronto e pensei em
alterar algo no final.
Fabio da Silva Barbosa
Sobre a produção do esporro:
- Diego El Khouri dá a tinta de como as coisas acontecem
nos laboratórios clandestinos da editora.
A
construção sonora do War Brain parte de retalhos de ruídos retirados do
ambiente onde eu e o Fabio transitamos. Andando em construções inacabadas,
bares barulhentos, descargas enlouquecidas, furadeiras, motores de carros
escandalosos, gritos insanos no caos da metrópole necrófila, arrotos e
berros... Tudo colhido e devidamente guardado para enfim trabalhar esse produto
inicial: a obra prima do Caos.
Fundindo
todo esse material orgânico vomitado da cidade com instrumentos convencionais,
como baixo, bateria e guitarra que surge o embrião, a essência deste trampo
poético experimental chamado War Brain. Qualquer pessoa que for imaginar como
se dá a construção desta "viagem anti musical" vai, com certeza, dar
com os burros n'água. O singelo programinha que opero é o Inshot, utilizado
para editar fotos e vídeos curtos para as redes anti sociais (apesar de
utilizarmos tambémpara editar os vídeos
do canal da EMNM e muitas vezes esses vídeos chegam, em alguns casos, a ter
mais de hora de duração). Vou editando esse material camada por camada, sobrepondo
voz e som, num trabalho minucioso de engenheiro delirante de sons infernais,
como se quisesse esfaquear ouvidos inocentes e sacodisse o cérebro dos
desavisados. Nenhum ruído é colocado de forma aleatória. Tem toda uma
construção consciente, lúcida, porém catártica. A experimentação poética é o
núcleo chave deste trampo
Nova logo produzida por Edson Batista, registrando atual etapa do projeto, após passar de power trio para dueto.
Este é um projeto oriundo dos porões da Ruídos Absurdos, o selo esporrístico da Editora Merda na Mão.
Em setembro deste ano, o War Brain detonava a primeira carga de explosivos e espalhava líquido inflamável na pista em sua nova formação, contando apenas com Diego e Fabio, os criadores da EMNM e irresponsáveis pelo caos proliferado pela mesma, além d@s louc@s de plantão sempre convidados para participar aqui e ali.
Zine BLASFEMO é um rasgo no meio do tempo. A forma mais iconoclasta de vomitar a realidade. Um tiro no escuro dessa noite embriagada. O corte e a ferida. A porrada e o delírio. A arte pisando no chão da classe operária.
Sem dó nem piedade
Sem
Trégua.
Título: Blasfemo, edição nr. 3
Autor: Diego El Khouri
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 12
Gênero: Zine
Ano: 2024
***
Diego El Khouri, o outsider da galáxia de parnaso, e um dos idealizadores da lisérgica punk Editora Merda na Mão , vomita mais uma obra no submundo da cultura underground
- zine BLASFEMO número 3 vem chutando a porta sem dó nem piedade e atropelando a hipocrisia do status quo dessa sociedade-lixo que insiste em jogar tudo debaixo do tapete.
A proposta do Blasfemo é que em cada edição a capa fosse PORRADA e que tivesse suas particularidades visando uma liberdade maior no conteúdo e na forma.
Nessa edição específica a ideia é que cada página tivesse apenas um desenho e que ele representasse uma história completa. Esse foi o desafio.
Interessados no email editoramerdanamao@yahoo.com
* Ps: Parte desse zine foi feito durante o expediente, roubando o tempo do trabalho