O D'Olhar é um festival internacional que celebra a videodança como linguagem artística híbrida e potente, onde corpo, câmera e narrativa se entrelaçam em experiências sensoriais e poéticas. A proposta é ocupar espaços com movimento e imagem, fomentando o intercâmbio entre artistas, públicos e territórios.
📍Goiânia recebe o festival entre os dias 1º e 3 de julho, no Centro Cultural UFG, com uma programação vibrante que inclui:
🎬 Exibições internacionais
🧠 Oficinas com artistas e especialistas
🎟 Entrada gratuita
Após a etapa na capital, o festival segue em circulação por bairros periféricos e cidades do interior de Goiás.
🎨 O cartaz desta edição traz ilustração original do artista visual Diego El Khouri, criada especialmente para o festival.
✨ Idealização e curadoria:
Lívia Batista – produtora cultural, artista do movimento, pesquisadora e especialista em inovação no setor público. Graduada em Dança pela UFG, Lívia é a mente visionária por trás do D’Olhar, realizado por meio de sua produtora Mova-se Projetos Culturais.
No dia das victimas do terrorismo (23/06), vale lembrar que publiquei, pela editora Merda na Mão, esta collectanea impressa, na qual ha poemas allusivos.
Recado de Fabio da Silva Barbosa, um dos idealizadores daEditora Merda na Mão:
Salve, guerreiros subterrâneos.
Passo por aqui só para dar um alô. Já havia avisado anteriormente sobre meu desligamento da EMNM por motivos de saúde, mas desde minha melhora voltei a dar minha contribuição aqui e ali, embora desde essa época o mano Diego tenha ficado mais de frente nas iniciativas relacionadas a ela. Por mais de uma vez voltei a me afastar e retornar, de acordo com minhas possibilidades até meu último e definitivo afastamento que já faz mais de um mês.
Que esta criatura bestial chamada Editora Merda na Mão continue publicando os impublicáveis e cumprindo sua função em ir contra o maldito statusquo e o rumo terrível que a chamada humanidade insiste em caminhar, sustentando um sistema hipócrita e assassino que já era para ter ruído faz tempo se não fossem os que insistem em tapar o Sol com a peneira.
Um forte abraço a todos e nos encontramos pelos subterrâneos.
Luiz De Aquino Alves Neto é poeta, contista e cronista. Conheci esse grande escritor no ano de 2011 no primeiro sarau de poesia que me apresentei na vida. Eu fui vaiado devido o conteúdo intenso de meus versos (e que me dá muito orgulho disso).
Luiz de Aquino é ponte entre gerações, é árvore com raízes profundas na literatura brasileira, um homem que escreve o mundo com os olhares visionários de bardo, é verbo resistente do cerrado, palavra viva cheia de energia e força.
Sua poesia é atemporal e nesse programa aperiódico VERSOS E CORTES da Editora Merda na Mão apresentamos seu livro "As uvas, teus mamilos tenros", obra publicada em 2005 de forma independente:
E dessa vez o programa aperiódico VERSOS & CORTES, do canal do YouTubedigestivo da Editora Merda na Mão, trás a poesia visceral e existencialista de Carlos Drummond de Andrade:
A flor e a náusea
[Carlos Drummond de Andrade]
Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjoo? Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre: Não, o tempo não chegou de completa justiça. O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos. Sob a pele das palavras há cifras e códigos. O sol consola os doentes e não os renova. As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade. Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los? Tomei parte em muitos, outros escondi. Alguns achei belos, foram publicados. Crimes suaves, que ajudam a viver. Ração diária de erro, distribuída em casa. Os ferozes padeiros do mal. Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim. Ao menino de 1918 chamavam anarquista. Porém meu ódio é o melhor de mim. Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura. Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
No dia do teste do pezinho (06/06), vale lembrar que publiquei varios livros sobre podolatria, entre elles os romances MANUAL DO PODOLATRA AMADOR e A PLANTA DA DONZELLA, em edições impressas, encontradiças somente em sebos.
Pra lembrar que ainda temos exemplares da história vem quadrinhos:
🔥💨 O FILÓSOFO DA MACONHA 💨🔥
Prepare o cérebro, aperte o baseado e vomite toda a desgraça burguesa! 🚽💥
Não esqueçam, malucos, malucas e maluques: chegou O FILÓSOFO DA MACONHA — um quadrinho escatológico, lisérgico e anárquico com 126 páginas de pura hecatombe psico-filosófica.
Um roteiro alucinado de Fabio da Silva Barbosa, com os traços cravados a canivete no papel do demente visual Diego El Khouri. Prefácio do gigante mutante Ciberpajé, selado no altar profano da Editora Merda na Mão, que cospe tinta punk e goza ácido nas impressoras.
Aqui não tem espaço pra good vibes nem pra maconheiro de apartamento! 🌿🚬
É filosofia fumada até o talo, dialética mijada no ralo, Nietzsche desfigurado pela larica, e Platão reduzido a farelo na ponta de um beck sujo.
É mais que HQ: é um ataque terrorista contra a caretice, uma masturbação mental em público, um grito esganiçado que ecoa das profundezas do intestino grosso da cultura underground.
Quem lê, nunca mais volta. Quem não lê, que se exploda! 💣💣💣
Só pra quem encara a bad trip, abraça a escatologia e ri da própria insignificância diante do vácuo cósmico e da fumaça espessa.
O FILÓSOFO DA MACONHA:
Não é sobre maconha — é sobre a falência absoluta do sentido!
Não é sobre filosofia — é sobre a pulsão de cuspir na cara do sistema!
💀⚡ Corre, vagabundxs, antes que essa merda acabe!
Só nas melhores sarjetas e becos sujos da cena independente!
Um arroto e um peido bem alto e fedido contra a caretice!
A HQ "O Filósofo da Maconha" está de volta!
Roteiro de Fabio da Silva Barbosa, desenhos de Diego El Khouri e publicada pela vagabunda antifa lisérgica punk Editora Merda na Mão.
💥 Por apenas R$ 50 na Mão ou R$ 60 via correio, você garante essa obra lisérgica, filosófica e provocadora!
🔥 E não é só isso!
Quem comprar leva de brinde:
✅ Zines alternativos para turbilhar sua mente
✅ Uma caricatura exclusiva — sim, você mesmo(a) virando personagem!
👉 Corre, porque é tiragem limitada!
📩 Chama no direct ou nos comentários ou nas redes antisociais ou na boca de fumo mais próxima de sua casa para garantir a sua!
Neste mês de maio o projeto Literatura na Varanda (@literaturanavaranda.niteroi.rj) fará mais uma roda de conversa literária! Desta vez, a homenageada é a escritora Ruth Rocha. Geral está convidada!
A mediação será conduzida pela professora e escritora Ivone Rosa.
Data: 24/05 (sábado)
Horário: 10 horas
Local: Biblioteca Parque de Niterói, sala Multiuso.
Endereço: Praça da República, s/nº, entre a R. Dr. Celestino e a Av. Amaral Peixoto, próximo ao Colégio Liceu Nilo Peçanha, Centro, Niterói, RJ.
Outro clássico que, além de ter pelo menos umas oito reedições apenas no Brasil, é facilmente encontrado em e-book e PDF no Google. Mas decidi resenhar para incluí-lo na minha lista de lidos e relidos. Vai que você que tá lendo a resenha, nunca ouviu falar do livro?
Publicado originalmente em 1954, sob o pseudônimo de Pauline Réage, A História de O é uma obra que transcende seu caráter literário, desafiando normas culturais e sociais tanto de sua época quanto dos dias atuais.
O livro explora o erotismo de forma intensa e, por vezes, perturbadora, oferecendo uma narrativa que se equilibra entre o elegante e o selvagem. Característica que me fez torná-lo meu livro de cabeceira por anos.
A edição brasileira que li, reli e inclusive usei como referência quando estava escrevendo "Os 10 mandamentos do submisso (2024), possui 189 páginas e foi publicada pela Editora Círculo do Livro. É simples, mas com capa dura e um acabamento que, embora não seja luxuoso, é satisfatório.
Encontrei-a em um sebo, como uma relíquia que ainda provoca reflexões profundas sobre submissão, poder e a liberdade sexual.
A trama acompanha "O", uma jovem fotógrafa que, por amor a seu amante René, aceita se submeter a práticas extremas de dominação em um mundo onde prazer, dor e entrega total se entrelaçam. À medida que avança em sua jornada, primeiro em Roissy e depois sob o comando de Sir Stephen, ela perde sua identidade, mas encontra prazer na submissão, questionando os limites da liberdade e do desejo.
Com uma narrativa elegante e intensa, o livro incomoda os mais frágeis, mas provoca reflexões profundas, evidenciando como o que pode parecer humilhante e servil para uns é instigante e excitante para outros.
A História de O não é uma leitura leve ou romantizada, mas uma experiência literária impactante, que força o leitor a confrontar seus próprios preconceitos.
Resenha por Alexandre Chakal em Janeiro de 2025.
Originalmente publicada na página EM CARNE VIVA E CRUA