terça-feira, 28 de janeiro de 2025

ALTO CALÃO VERSUS BAIXO COTHURNO [2] - Via Glauco Mattoso, o "poeta da crueldade"

 Hoje posiciono meu pornoscopio neste sonnetto de Bandeira, posthumamente revelado, salvo enganno, pela revista braziliense BRIC-A-BRAC, na qual collaborei. A bandeiriana descripção do coito foi por mim glosada no "Dissonnetto Posthumo", que sahiu no livro INSPIRITISMO, publicado como ebook pela Casa de Ferreiro.


A COPULA (Manuel Bandeira)

Depois de lhe beijar meticulosamente
O cu, que é uma pigmenta, a boceta, que é um doce
O moço exhibe à moça a bagagem que trouxe:
Colhões e membro, um membro enorme e turgescente.
Ella toma-o na bocca e morde-o, incontinenti
Não pôde elle conter-se e, de um jacto, exporrou-se
Não desarmou porem. Antes, mais rijo, alterou-se
E fodeu-a. Ella geme, ella peida, ella sente
Que vae morrer: "Eu morro! ai, não queres que eu morra?!"
Grita para o rapaz, que acceso como um Diabo,
Arde em cio e tesão na amorosa gangorra.
E titillando-a nos mammillos e no rabo
(Que depois irá ter sua ração de porra)
Lhe enfia conno a dentro o mangalho até o cabo.



///


DISSONNETTO POSTHUMO [6312]

Bandeira fez a foda alexandrina.
Num unico sonnetto o bardo faz
alguma concessão ao que o rapaz
na moça applica, alem duma bolina.
Talvez, dodecasyllaba, mais fina
e culta a foda fique, entendo, mas
aquillo que interessa a Satanaz
tambem Bandeira admitte, e bem culmina:
Anal penetração, com beijo e tudo,
alem da fellação. Coito "normal",
appenas na boceta, pega mal
a quem quer ser pornographo grahudo.
Perdido, tal sonnetto foi de estudo
objecto. Que os biographos em tal
achado se debrucem. Eu banal
achei-o: sem pés sujos, elle é mudo.



///

Sem comentários:

Enviar um comentário