Estacou do outro lado da rua e encarou a multidão
Balançava as mãos com força
Os dedos em um estranho bailado
Pareciam voar
Bateu no peito
Arreganhou a boca sem emitir som
Desfiando um vasto rosário de palavrões
Gritando em silêncio
Profetizando o caos que estava por chegar
E que para ele já estava instalado e fazia parte do seu cotidiano
Os braços cobertos de camadas purulentas
Estavam suspensos no ar
Enquanto andava de costas
Com os olhos vidrados
E a face murcha
Por Fabio da Silva Barbosa
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