segunda-feira, 12 de maio de 2025

A voz atormentada do poeta

por fabio da silva barbosa 


 deitad@ em seu leito de morte

suspirava em agonia profunda

expressando que o fim não seria melhor que qualquer outra parte deste escárnio maldito e miserável 

que nos brinda com colheradas de fel incessantemente empurradas goela abaixo

os olhos iam se apagando

parecendo 

por um momento

mergulhar no tão merecido descanso

o brilho dá lugar a uma cor indefinida e opaca

os lábios secos deixavam escapar  os pequenos gemidos

demonstrando que a aparente paz em que o corpo esquelético e contorcido se encaminhava

era só mais um truque da mão sádica do maldito jogador

mais um golpe sem misericórdia na carcaça que sucumbe

mais um blefe sarcástico da máquina de moer

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