De frente a um espelho
que reflete as muralhas da vida
vou cortando minha face
com uma navalha, cuspindo sangria.
Sendo sangue e não saliva
o cuspe ergue edifícios
mesclando-se à fumaça
que vomita das fábricas.
Sendo sangue e não saliva
sendo noite e sendo dia
nas fábricas a Morte ilumina
a fila dos suicidas,
dos desamparados, dos operários
de frente a espelhos quebrados.
(Diego El Khouri — Goianira, 12 de Abril, 2009)
Postado originalmente nesse blog no ano de 2009:
https://paranoiafreud.blogspot.com/2009/04/assalariados.html
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